Por , iG São Paulo
Apesar da boa vontade, muita gente tropeça na falta de informação ao abordar pessoas com deficiência. Ouvimos especialistas e elaboramos um guia para não cometer gafes
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Já as pessoas com Síndrome de Down descrevem outro tipo de erro clássico: a abordagem “regredida”, aquela fala com tom de quem se comunica com uma criança. O engano é tão comum que foi tema de um vídeo da campanha “Dê uma ajudinha a si mesmo, reveja seus conceitos”, estrelado por Ariel Goldemberg, ator do filme "Colegas".
Evite cometer estes ou outros deslizes no relacionamento ou na abordagem de um deficiente físico, visual, auditivo ou intelectual com o guia abaixo.
>>> Deficiência física
Converse no mesmo nível. Se for bater um longo papo com um cadeirante, é melhor procurar um banco a fim de manter o mesmo nível do olhar. Se você fica em pé, a pessoa que está sentada na cadeira de rodas ficará com torcicolo.
Peça licença e seja cuidadoso. Se for guiar uma cadeira de rodas, vá com calma. Nunca a movimente sem pedir permissão. A cadeira é a extensão do corpo do deficiente.
Esteja disponível. Ofereça sua ajuda para pessoas que usam muletas, mas dê preferência para que ela mesma peça.
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>>> Deficiência visual
Faça contato verbalmente. A primeira forma de aproximação de um cego é fazer contato verbal. Pode tocá-lo se for o caso. Ao se afastar, dê um toque para avisar que vai se distanciar e não deixá-lo falando sozinho.
Não tem problema convidá-los para espetáculos. Pode chamar amigos cegos para ir ao cinema ou teatro. “Um amigo que enxerga se interessou por uma amiga cega e perguntou o que eles poderiam fazer. Quando falei cinema, ele tomou um susto e disse: ‘Não me leve a mal, mas o que vamos fazer lá?’ Respondi: “Passear no shopping, comer pipoca... não é só a tela. São vários estímulos. E se ela tiver alguma dúvida sobre o filme, você explica baixinho”, conta Renato.
Não pegue no braço, muito menos no da bengala. Se for oferecer ajuda para um cego atravessar a rua, o correto é dar o ombro, andar de braços dados ou fazer uma concha com a mão para ele colocar o cotovelo e sentir que tem apoio.
Ajuste sua velocidade à dele. A velocidade é muito importante, pois todo deficiente visual caminha de forma lenta e com precaução.
Mostre a casa. Se for receber um deficiente visual em sua casa, faça uma visita monitorada pelos cômodos e explique a localização das mobílias. Isso lhe dará autonomia. As portas devem estar sempre abertas ou fechadas, nunca entreabertas.
Não toque na bengala. A bengala é o olho do deficiente visual, nunca tente guiá-lo puxando-a.
>>> Deficiência auditiva
Faça contato visual. Fale sempre de frente para o deficiente auditivo e articule bem os lábios.
Não aumente o volume. Gritar não adianta nada. A expressão facial, não o volume da voz, é o mais importante para a comunicação com a pessoa surda.
Esteja atento ao momento certo. Só comece a falar com o deficiente auditivo quando ele estiver prestando total atenção a você.
O toque respeitoso faz parte da abordagem. Quando quiser começar uma conversa, cutuque a pessoa caso ela não esteja olhando para você.
>>> Deficiência intelectual ou Síndrome de Down
Não fale em tatibitate. Deficiência intelectual não é deficiência mental nem doença. Se o deficiente for criança, jovem ou adulto, trate-o como tal. Nada de regressão.
Fique atento ao ritmo de comunicação e compreensão. O deficiente intelectual leva mais tempo para entender e explicar as coisas. Respeite o ritmo dele e repita quantas vezes for necessário, estimulando a interação.
Use as palavras adequadas. Há termos pejorativos: não se refira ao deficiente como o “doente mental”.
Crie uma rotina de trabalho adequada. Deficientes intelectuais podem e devem trabalhar. A sugestão é criar uma rotina de trabalho para eles. As tarefas podem ir de gestos simples, como pequenos trabalhos domésticos, a postos em empresas.
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